Cintilografia para Estudo de Trânsito Esofágico (Líquido ou Semissólido)

Outros nomes que este procedimento pode ser chamado:

Cintilografia de Trânsito Esofágico. Cintilografia de Esvaziamento Esofágico.
*É importante especificar no pedido se é estudo de trânsito de líquidos ou semi-sólidos.

Introdução:

A Cintilografia de trânsito esofágico é um método não invasivo e quantitativo utilizado na avaliação diagnóstica e acompanhamento de alterações da motilidade esofágica, as quais podem se manifestar isoladamente ou associadas a doenças sistêmicas e lesões anatômicas.
A escolha do estudo diagnóstico depende inicialmente do sintoma referido pelo paciente. Os exames iniciais têm o objetivo de detectar lesões anatômicas (tomografia, endoscopia) ou motoras (manometria). A cintilografia de trânsito esofágico está indicada quando esses métodos não são diagnósticos ou quando existe a necessidade de avaliação quantitativa da resposta terapêutica.

Indicações:

  • Acalásia;
  • Espasmo esofágico difuso;
  • Esôfago em quebra-nozes;
  • Esclerodermia;
  • Distúrbio motor inespecífico.

Radiofármaco:

  • Colóides (Dextram / Fitato) ou DTPA marcados com pertecnetato (Tecnécio 99 metaestável).

Preparo:

Jejum de 4 a 6 horas.

Como é feito o exame:

Após o atendimento inicial da recepção e a anamnese, paciente é encaminhado para o setor técnico e à sala de exames. O exame é realizado com o paciente em pé e o equipamento gama-camera posicionado na frente da região torácica. O estudo inicia-se com a aquisição de sequência rápida de imagens por 90 segundos na incidência anterior de tórax, após a deglutição do radiofármaco misturado em água, no caso de esvaziamento de líquidos, ou papa de bolacha, no caso de esvaziamento de semissólidos, conforme solicitação médica.
Na sequência serão solicitadas ao paciente que sejam feitas deglutições “a seco“ a cada 30 segundos, por 10 minutos. A interpretação do estudo contempla análise visual (qualitativa), para o diagnóstico de anormalidades severas de motilidade, e a análise quantitativa, recomendada para detecção de alterações menores.
O trânsito esofágico pode ser quantificado calculando-se o tempo de trânsito esofágico total e regional, dos terços proximal, médio e distal do esôfago, com curvas de tempo x atividade, assim como com quantificação de atividade residual no esôfago após várias deglutições.

Efeitos colaterais e contraindicações:

Os fármacos utilizados em medicina nuclear raramente produzem efeitos adversos e quando ocorrem são de leve intensidade. Anafilaxia é extremamente rara.
O exame não é recomendado para mulheres grávidas ou com suspeita de gravidez.
Esse estudo depende da colaboração do paciente e não é indicado para bebês, crianças pequenas ou adultos com dificuldade de obedecer comando verbal.

Como solicitar:

Cintilografia para estudo de Trânsito Esofágico (Líquidos)

  • Código TUSS: 40702073 / Código SUS: 02.08.02.005-5

Cintilografia para estudo de Trânsito Esofágico (Semissólido)

  • Código TUSS: 40702081 / Código SUS: 02.08.02.006-3
    * Favor incluir o CID, hipótese diagnóstica e/ou indicação do exame.

Imagens: 

 

Considerações finais:

Embora a cintilografia de trânsito possa mostrar os achados característicos em algumas doenças, o padrão de trânsito lentificado, sem uma avaliação clínica criteriosa, é frequentemente inespecífico para a etiologia.

Referências Bibliográficas:

  • Maurer AH, Parkman HP. Update on Gastrointstinal Scintigraphy. Semin Nucl Med 2006; 36:110-118.
  • ACR –SNM – SPR practice parameter for the performance of Gastrointestinal Scintigraphy. Amended 2014 (Resolution 39).
  • Chojnowski M, Kobylecka M, Olesińska M. Esophageal transit scintigraphy in systemic sclerosis. 2016;54(5):251-255. doi: 10.5114/reum.2016.63666. Epub 2016 Nov 28. PMID: 27994270; PMCID: PMC5149573.
  • Penas MA. Esophageal Motility: An Iconographic essay on dynamics esophageal scintigraphy. Radiol Bras: 2007;40 (6):423-427

Autora: Dra. Sanja Dragosavac – CRM / SP 107.921 – Médica Nuclear

CRM / SP 107.921 – Médica Nuclear